Hans Staden
Hans Staden (Homberg, c.1524-Wolfhagen, c.1576) foi um aventureiro mercenário alemão. São escassos os dados sobre a vida de Hans Staden, que empreendeu duas viagens ao Brasil em meados do século XVI. Na primeira, embarcou como artilheiro numa nau portuguesa que veio a Pernambuco, em 1547, e retornou a Lisboa no ano seguinte.
Na segunda, em 1550, veio incorporado na armada do espanhol Diogo de Sanábria, que pretendia fundar um povoado na costa da ilha de Santa Catarina e outro na embocadura do rio da Prata. O navio de Staden naufragou nas imediações de Itanhaém, no litoral paulista, e os sobreviventes seguiram para São Vicente, onde o alemão agregou-se aos portugueses.
Em 1553, Staden foi nomeado condestável (comandante) da fortaleza de Bertioga, por Tomé de Sousa. No ano seguinte, foi aprisionado pelos tupinambás. Permaneceu cativo na aldeia do chefe Cunhambebe, entre meados de janeiro e 31 de outubro.
Freqüentemente ameaçado de morte e de ser devorado num ritual antropofágico da tribo, conseguiu adiar a sua morte ao longo dos meses, até ser resgatado por um navio francês. Nele retornou à Europa, seguindo para sua cidade natal.
Em 1557, saiu a primeira edição do livro em que relatou suas aventuras, em Hessen. Várias reedições se sucederam nesse mesmo ano. A obra foi traduzida para o flamengo, o holandês, o latim e ofrancês. A primeira edição em língua portuguesa apareceu somente em 1892, numa tradução deficiente da versão francesa.
Em 1925, também Monteiro Lobato traduziu a primeira parte do livro e adaptou-a numa versão para jovens. Em 1930, uma edição mais cuidada apareceu, com texto traduzido do original, por Alberto Lofgren, e notas de Teodoro Sampaio. Batizada de "Duas viagens ao Brasil", a obra está dividida em duas partes.
A primeira narra a chegada do viajante ao país e sua captura pelos índios. Organizada com muita objetividade, a narrativa envolve o leitor com a sucessão de peripécias que compõem o relacionamento entre Staden e os tupinambás. A segunda descreve, com precisão etnográfica, os nativos e seu modo de vida, tornando o autor, juntamente com seu contemporâneo, o francês Jean de Léry, uma das principais fontes históricas e antropológicas acerca dos indígenas.
Fontes: Wikipédia / UOL Educação
WANDERLEI FERNANDES DE OLIVEIRA
Uberlandia MG
Terminei a leitura do livro de sobre Hans Staden. Foram três os aspectos que esta leitura me impressionaram: aspecto histórico, a mensagem que o livro carrega em suas páginas e por último o que me faz neste momento ter a iniciativa de escrever a esta editora foi a forma como esta sendo apresentado a História do livro. A principio comecei a ler o livro por indicação de minha professora de Ciências Política, com interesse pelos fatos histórico, descobri também o lado humano desta História.
Vi um homem ser transferido para um ambiente que simula com a mesma força e intensidade os ambientes de nossos dias, capturado por índios que o via como um inimigo e por isso a antropofafia era forma de vingança instituida por eles. Capiturado e submetido a toda sorte de maus tratos, não tinha com quem contar, recorrer, argumentar em sua defesa, suas esperanças se desfaziam com o passar das horas e sua morte era iminente. Nesta condições de sofrimento, Hans apela para Deus, a partir de então, sua vida ganha outro sentido.
Vejo que existe um paralelo daquelas cirucunstâncias, com o que vivemos hoje, e a forma como Hans superou traz ensinamentos valiosos, não com teoria, não na forma de auto-ajuda, mas com vida, com fatos, com uma experiência real. Se hoje não temos os canibais, porém temos outros inimigos da vida, que neste mundo chamado de civilizado, se constituem inimigos ainda mais inescrupulosos. Hoje você pode morrer por qualquer motivo banal, por porque alguem precisa comprar uma pedra de crack, alguém bebeu e saiu atropelando quem vê pela frente ou alguem surtou e saiu dando tiros para todos os lados.
Faço um apelo em nome de Hans, para que o livro tenha outra forma de ser apresentado, que leve em consideração este lado humano do personagem, penso que esta seria também sua vontade. Quando foi ferido, em meio a um confronto entre espanhois e portugueses pediu a Deus que o preservasse, para que sua História fosse divulgada, pois tinha um conteúdo valioso para as gerações futuras, que é a sua postura de fé e confiança em Deus e como Deus se revelou em resposta a esta fé.
20/07/2010 09:34:03
Agatha
Afranio B. de Souza
Salvador - Ba
Este é um relato único e com excelente tradução. Quem conhece um pouco de brasilidade aos tempos do descobrimento, verá que o autor foi muito fiel ao relatar suas experiências, até superiores aos dramas ficcionais. A empresa está de parabens por resgatar uma obra desse valor e por preço tão acessível. Nota dez, com louvor!
14/01/2010