Leon Tolstói
Leon Nikolaievitch Tolstói, genial escritor russo, nasceu em 1828 em Iasnaia Poliana. Filho de uma importante família ligada aos Czares, ficou órfão ainda criança. Freqüentou a Universidade de Kazan, onde estudou línguas orientais e direito. Em 1847, por herança, tornou-se senhor de vastas terras em Iasnaia-Poliana, daí o porquê de ser também conhecido por Conde de Tolstói. Depois de ter servido no exército, em 1856, viajou pela Europa visitando vários países, regressando então à sua terra natal para administrar suas terras e dedicar-se à literatura. Em 1861, voltou novamente à França para visitar seu irmão que estava doente, aproveitando para se encontrar com Proudhon.
Com uma vida pessoal cheia de conflitos e uma personalidade dividida, Tolstói aproximou-se, gradualmente, de uma posição pacifista e anarquista, recusando toda forma de governo e poder. Na sua terra natal criou uma escola marcadamente libertária, próxima das experiências de Ferrer e da Escola Moderna, tendo pessoalmente escrito os livros usados nas salas de aula. Seus textos autobiográficos A minha confissão e Qual é minha fé foram apreendidos, mas, mesmo assim, tiveram ampla difusão clandestina. Perseguido e excomungado pela Igreja, seus últimos anos foram de engajamento social. Os escritos filosóficos influenciaram o aparecimento de comunidades e de uma corrente de anarquismo cristão, sobretudo na França, Holanda e nos Estados Unidos. Exerceu também, juntamente com Kropotkin e Thoreau, forte influência sobre um dos mais importantes pacifistas modernos: Gandhi, com quem chegou a manter correspondência.
Tolstói, profundo pensador social e moral e um dois mais eminentes autores da narrativa realista de todos os tempos, depois das suas primeiras obras – entre outras, as autobiográficas Infância (1852) e Contos de Sebastopol (1855-1856), baseado em suas experiências na guerra da Criméia –, escreveu Guerra e paz (1865-1869) e Anna Karenina (1875-1877). Considerado um dos romances mais importantes da história da literatura universal e uma das obras-primas do realismo, Guerra e paz é uma visão épica da sociedade russa entre 1805 e 1815. Dela emana uma filosofia extremamente otimista, que atravessa os horrores da guerra e a consciência dos erros da humanidade.
Entre os romances breves de Tolstói, o mais importante é Anna Karenina, um dos melhores romances psicológicos da literatura moderna. Em Uma confissão (1882), descreve sua crescente confusão espiritual e, após o eloqüente ensaio Amo e criado (1894), escreveu Que é a arte? (1898), no qual condena quase todas as formas de arte, incluindo as próprias obras. Defendeu uma arte inspirada na moral, na qual o artista comunicaria os sentimentos e a consciência religiosa do povo. A partir de então, escreveu numerosos contos breves, sendo o mais conhecido A morte de Ivan Ilitch (1886). Outras obras de destaque são: A sonata de Kreutzer (1889) e seu último romance, Ressurreição (1899).
Aos 82 anos, cada vez mais atormentado pelas contradições entre sua conduta moral e a riqueza material da sua família, e também devido aos constantes atritos com a esposa – que se opunha a desfazer-se de suas posses – Tolstói, acompanhado pelo seu médico e pela sua filha caçula, foi embora de casa no meio da noite. Três dias mais tarde, seu estado de saúde se agravou em decorrência de uma pneumonia. Morreu no dia 20 de novembro de 1910, em uma estação ferroviária.
Fonte: Releituras.com
Manuel
London/UK
Este pensador com seus testemunhos remove mentes inquietas. Quanto a arte parece-me: seja ela expressada como for, nunca
deveria ser vendida a quem nunca terá dinheiro para a comprar.
20/01/2015 16:54:52
Agatha
rita de cassia carvalho
ipAtinga\MG
Alguns homens conseguiram criar obras magníficas, imortais e atemporais; Tolstói, seguramente, faz parte desse seletíssimo grupo, juntamente com Michelângelo, Picasso, Mozart,etc. Considero-me privilegiada por ter a oportunidade de contemplá-los e reverenciá-los.
14/10/2014