Nesta obra, que mereceu o Prêmio Erico Verissimo de Romance em 1975, Josué Guimarães constrói a imaginária Lagoa Branca, pequena cidade gaúcha situada num ponto qualquer entre Passo Fundo e Cruz Alta.
A história transcorre na Semana da Pátria, em 1936, época que antecede a implantação do Estado Novo por Getúlio Vargas. O prefeito, um ditador empenhado em tornar seu povo "feliz", proíbe a distribuição de jornais e a posse de aparelhos de rádio, além de censurar a correspondência dos cidadãos. Afinal, como ter paz de espírito com tantas notícias sobre fuzilamento, miséria e epidemias?
Ao contrário das tradicionais epopéias gaúchas, não há nenhum gesto heróico em Os tambores silenciosos. As personagens presentes são políticos medíocres e dominados pela ambição, mulheres infiéis e policiais violentos.
Através de um par de binóculos, o leitor vai acompanhar o olhar de sete curiosas solteironas, penetrando em recantos de alcovas e no gabinete da prefeitura. Com humor e cinismo, qualidades próprias para compor a caricatura de um sistema autoritário, Josué Guimarães aniquila essa microditadura e constrói uma obra perfeita, na melhor linhagem do realismo fantástico.
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Opinião do Leitor
Gabriela marx
harmonia-Rio Grande do Sul
a obra é fantástica pois parece ser bema realidade de hoje em dia...
08/12/2015