“Pensei que você fosse jogar o telefone pela janela, se livrando, nos livrando de todo o mal, de toda a burocracia, de todos os protocolos, de todos os artigos, de todos os advogados. Finalmente éramos só você e eu. Você me olhou – eu já nua na cama, ofegante, líquida, precisando de você – e disse:
‘Eu quero colocar a minha boca aqui.’
E mergulhou em mim. Tive a sensação de que iria me afogar, de que iria morrer, de que iria ser feliz para sempre naquele preciso e precioso momento, você mergulhado em mim, persianas fechadas, mãos entrelaçadas, necessidade e desejo, a gente protegido de tudo, você obedecendo ao desejo da sua boca e do meu corpo.
Eu tive – sim, eu tive, eu juro – a sensação de que seria feliz para sempre.”
Em seu romance de estreia, Clara Corleone aborda as relações amorosas-sexuais do século XXI, com homens e mulheres ora buscando novas formas de estar junto, ora reencenando antigos papéis. Num estilo arejado, com diálogos certeiros e instigantes, a autora celebra a amizade entre mulheres e o poder de se reinventar. Um romance pulsante, que nos provoca a devorá-lo inteiro.
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