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"E ao fim a casa abre seu silêncio, entramos a pisar o abandono, os momentos mortos, o adeus vazio, a água que chorou no encanamento."

Pablo Neruda - "Cem sonetos de amor"

CEM SONETOS DE AMOR BILÍNGUE

CIEN SONETOS DE AMOR

Pablo Neruda

Tradução de Carlos Nejar

EDIÇÃO BILÍNGUE

Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo todavia.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desditoso.

Meu amor tem duas vias para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.
(Soneto XLIV)

Este livro traz, pela primeira vez em edição bilíngue, não apenas cem dos mais emocionantes poemas de amor do poeta chileno e Prêmio Nobel de Literatura Pablo Neruda (1904-1973), como alguns dos mais belos sonetos já escritos. Aqui, é cantada a mulher amada e também a natureza universal do amor romântico.

A quintessência romântica de Neruda

O chileno Pablo Neruda foi, incontestavelmente, uma das mais altas vozes da poesia do século XX, além de um dos mais importantes nomes da lírica em língua espanhola de todos os tempos.
Sua obra é em grande parte composta de uma poesia se não política, ao menos social e ética – como talvez não pudesse deixar de ser no caso de um autor que, diplomata e político, viajou o mundo e testemunhou de perto grande parte das turbulências políticas de meados do século, como a Guerra Civil Espanhola, a expansão do movimento comunista e a derrubada do presidente chileno Salvador Allende. Tal vertente, engajada e sonhadora, está presente em obras como Crepusculário (1923), Residência na terra (1933), Canto geral (1950), As uvas e o vento (1954), Elegia (publicado postumamente em 1974), entre outras, além de no autobiográfico Confesso que vivi (1974).
Porém, é como poeta do amor que Neruda é muitas vezes lembrado. Se, ainda na juventude, escreveu os versos de Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924), sobre paixão e erotismo, este Cem sonetos de amor, dedicado a Matilde Urrutia, sua terceira esposa, é o testamento de sua lírica amorosa. Publicados originalmente em 1954, quando ele já contava com cinquenta anos, estes sonetos sobre o amor pela mulher amada refletem o sentimento visto pelo homem maduro. Neruda consegue um tour de force ao explorar sempre um aspecto ou uma abordagem diferente desse tema tão revisto, mesclando tons metafísicos, simbolistas, frequentemente telúrico, com uma sonoridade ímpar e inconfundível.

Ricardo Neftalí Reyes Basoalto nasceu em Parral, no Chile, em 12 de julho de 1904. Sua mãe morreu logo em seguida. Com o pai, mudou-se para a cidade de Temuco, onde passou a infância perto da natureza. Ainda adolescente começou a escrever para jornais, e suas primeiras poesias surgiram a partir de 1920, já sob o pseudônimo de Pablo Neruda, no periódico Selva austral. Estudou francês e pedagogia na Universidade do Chile e, de 1927 a 1935, trabalhou como diplomata em Burma, Java, Cingapura, Buenos Aires, Barcelona e Madri. Em 1936, com a Guerra Civil Espanhola, foi destituído do cargo consular. Após viver em vários países, voltou ao Chile em 1952. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1971 e morreu no Chile em 23 de setembro de 1973.

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Informações Gerais

  • Título:

    CEM SONETOS DE AMOR BILÍNGUE

  • Título Original:
    CIEN SONETOS DE AMOR
  • Catálogo:
    Outros Formatos
  • Gênero:
    Poesia
  • Cód.Barras:
    9788525431820
  • ISBN:
    978-85-254-3182-0
  • Formato:
    14x21
  • Páginas:
    224
  • Edição:
    novembro de 2014

Vida & Obra

Pablo Neruda

Ricardo Neftalí Reyes Basoalto nasceu na cidade chilena de Parral, em 12 de julho de 1904. Sua mãe era professora e morreu logo após o nascimento do filho. Seu pai, que era funcionário de ferrovia, mudou-se, alguns anos mais tarde, para a cidade de Temuco onde se casou novamente com Trinidad Candia Malverde. Ricardo passou a infân­cia perto de florestas, em meio à natureza virgem, o que marcaria para sempre seu imaginário, refletindo-se na sua obra literária.

Em Temuco,...

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Pablo Neruda foi, incontestavelmente, uma das mais altas vozes da poesia do século XX, além de um dos mais importantes nomes da lírica em língua espanhola de todos os tempos.
Sua obra é em grande parte composta de uma poesia se não política, ao menos social e ética – como talvez não pudesse deixar de ser no caso de um autor que, diplomata e político, viajou o mundo e testemunhou de perto grande parte das turbulências políticas de meados do século, como a Guerra Civil Espanhola, a expansão do movimento comunista e a derrubada do presidente chileno Salvador Allende. Tal vertente, engajada e sonhadora, está presente em obras como Crepusculário (1923), Residência na terra (1933), Canto geral (1950), As uvas e o vento (1954), Elegia (publicado postumamente em 1974), entre outras, além de no autobiográfico Confesso que vivi (1974).
Porém, é como poeta do amor que Neruda é muitas vezes lembrado. Se, ainda na juventude, escreveu os versos de Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924), sobre paixão e erotismo, este Cem sonetos de amor, dedicado a Matilde Urrutia, sua terceira esposa, é o testamento de sua lírica amorosa. Publicados originalmente em 1954, quando ele já contava com cinquenta anos, estes sonetos sobre o amor pela mulher amada refletem o sentimento visto pelo homem maduro. Neruda consegue um tour de force ao explorar sempre um aspecto ou uma abordagem diferente desse tema tão revisto, mesclando tons metafísicos, simbolistas, frequentemente telúrico, com uma sonoridade ímpar e inconfundível.

Ricardo Neftalí Reyes Basoalto nasceu em Parral, no Chile, em 12 de julho de 1904. Sua mãe morreu logo em seguida. Com o pai, mudou-se para a cidade de Temuco, onde passou a infância perto da natureza. Ainda adolescente começou a escrever para jornais, e suas primeiras poesias surgiram a partir de 1920, já sob o pseudônimo de Pablo Neruda, no periódico Selva austral. Estudou francês e pedagogia na Universidade do Chile e, de 1927 a 1935, trabalhou como diplomata em Burma, Java, Cingapura, Buenos Aires, Barcelona e Madri. Em 1936, com a Guerra Civil Espanhola, foi destituído do cargo consular. Após viver em vários países, voltou ao Chile em 1952. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1971 e morreu no Chile em 23 de setembro de 1973.
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