Vida & Obra


Lawrence Ferlinghetti

Lawrence Ferlinghetti nasceu em Yonkers, Nova York, em 1919. Seu pai, o italiano Carlo Ferlinghetti, morreu antes de ele nascer, e sua mãe foi internada por problemas nervosos quando ele era muito pequeno. Ferlinghetti foi criado por uma tia materna e passou os cinco primeiros anos de vida na França. Após voltar para os Estados Unidos, passou por várias escolas até ingressar na University of North Carolina, na qual estudou jornalismo. Publicou suas primeiras histórias na Carolina Magazine.

No verão de 1941, morou com dois amigos numa pequena ilha no Maine. Essa experiência o aproximou do mar, que se tornou um dos temas recorrentes em sua obra. Logo depois entrou para a Marinha; serviu durante a Segunda Guerra Mundial, participando, inclusive, da invasão da Normandia. Logo após a guerra trabalhou por um breve período na revista Time, antes de retomar os estudos e ir para a Columbia University, e nela o obter o grau de mestre em literatura inglesa, em 1947. Seguiu para a França e doutorou-se pela Sorbonne em 1950, com menção honrosa.

Ao voltar para os EUA em 1951, instalou-se em São Francisco e passou a dar aulas de francês, traduzir, pintar e fazer crítica de arte. As primeiras traduções foram publicadas na revista cultural City Lights por Peter D. Martin, que em 1953 se tornaria seu sócio na antológica livraria City Lights. Um ano depois da saída de Martin, Ferlinghetti fundou a editora City Lights, pela qual publicou seu primeiro livro, Pictures of the Gone World, primeiro volume da Pocket Poets Series. O quinto número dessa coleção foi o emblemático Uivo, de Allen Ginsberg. A partir de então a editora ficou conhecida por publicar os grandes autores beat, como Jack Kerouac, Gregory Corso e William Burroughs. Porém, a publicação de Uivo trouxe problemas para Ferlinghetti, que foi preso e acusado de obscenidade. O julgamento – favorável à editora – só trouxe mais publicidade para os autores beat e para a livraria, que completou meio século em 2003 e continua um ponto de encontro de escritores, artistas e intelectuais.

Mesmo que o estilo literário, a temática e o modo de vida não façam de Ferlinghetti exatamente um beat, ele comumente é identificado como integrante dessa geração de escritores. Kerouac eternizou o amigo em Big Sur, romance autobiográfico no qual Ferlinghetti aparece com o nome de Lorenzo Monsanto, retratado como uma figura generosa e bem-humorada.

A poesia de Ferlinghetti tem como temas principais a beleza do mundo natural, o tragicômico da vida do homem comum, a questão do indivíduo na sociedade de massa e o sonho – e a frustração – da democracia. Entre suas influências figuram T. S. Elliot, Ezra Pound, e. e. Cummings, Proust e Baudelaire. Sua obra desafia a definição de arte e também o papel do artista no mundo, e conclama os outros escritores a se engajarem na vida política e social.

Um parque de diversões da cabeça (A Coney Island of the Mind, frase tirada do livro Into the Night Life, de Henry Miller), publicado em 1958, é ainda a mais conhecida de suas obras, tendo sido traduzida para diversas línguas. Mas, desde a década de 1950, Ferlinghetti não parou de publicar. Além de títulos de poesia como Pictures of the Gone World (1955) e Back Roads to Far Places (1971), publicou Her (1960), Tyrannus Nix? (1969), de prosa, e Unfair Arguments with Existence (1963) e Routines (1964), peças. Seus livros mais recentes são A Far Rockaway of the Heart (1997), How to Paint Sunlight (2001) e Americus Book I (2004). Ferlinghetti recebeu inúmeros prêmios e foi eleito em 2003 para a prestigiosa American Academy of Arts and Letters.

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